Quem não passou pela experiência de haver demorado muito
para tomar uma decisão, dando muita importância a fatos diversos, fazendo análises
e mais análises disso e daquilo, procurando desculpas e justificativas entre
outras coisas e, logo depois de fazê-lo, descobriu que perdeu tempo?
Eu, infelizmente, experimentei isso várias vezes. Digo
infelizmente porque não há nada melhor que a estagnação para a mediocridade. Mas, a última e mais fresquinha experiência foi
matricular os meus filhos em uma nova escola após 10 anos na antecedente.
A razão da mudança? São muitas. A razão para a demora? Somente
uma: a maldita zona desconfortável de conforto.
Minha filha me pediu algumas vezes: ora eu achava que era
fogo de palha, ora achava que a razão não era suficientemente boa, suficientemente
inteligente ou nobre. Não há melhor cego que o que procura enxergar somente
aquilo que não desafia, com boas justificativas.
Após a decisão, já com a ideia feita e ainda com medo de ser
feliz tudo ficou claro. E na clareza dos fatos eu me curvei ao arrependimento. Porque
todas as imagens, conversas, pedidos e etc., perderam o filtro que me fazia
amenizar os sentimentos, as revoltas, as críticas e finalmente o trabalho que
dá enxergar o que nos rodeia porque é bom contentar-se com pouco.
É isso aí. Nos contentamos com muito pouco por preguiça.
Pensamos pouco ou pensamos muito com pouca vontade de
procurar conhecimento, com pouca vontade de achar soluções verdadeiras, com
pouca sinceridade.
E tudo isso pouco importa quando as decisões nos afetam
exclusivamente. Mas, quando afetamos e infectamos de desconforto àqueles que dependem
de nós...