Lembro-me de haver sido tranquilizada, aos 10 anos de idade,
quando o capítulo escravidão da aula de história acabou com o “fim dela”.
Recentemente repassei a aula acompanhando os estudos do meu filho, que, trouxe
o assunto de outro modo ontem quando chegou em casa e me disse que não
consumiria mais Haribo até descobrir se é verdade ou não que eles produzem suas
balas com mão de obra escrava.
Encontrei muitos textos de várias fontes nacionais e
internacionais, todos coincidindo que a Haribo estava sendo investigada e que,
por sua vez, a Haribo estava investigando seu fornecedor de matéria prima. Bum!
O fornecedor é o Brasil com o óleo de Carnaúba.
Então me dei conta que essas notícias correram praticamente
ao mesmo tempo, quando no Brasil acontecia uma tentativa de dificultar o
enquadramento de trabalho análogo ao escravo.
Que tal?
Minha indignação na época foi gigantesca em parte porque
ninguém ao meu redor parecia saber do tema ou estar interessado e, em parte e
mais importante, porque com o nosso histórico tinha certeza que o tal projeto
seria aprovado, como muitos outros estapafúrdios. Foi um alivio descobrir que o
novo modo de enquadramento e investigação não havia sido aprovado. Estamos
melhorando?
A escravidão anda solta aqui e no mundo e tem muitos formatos,
mas, felizmente há muita gente envolvida na luta contra e nós temos que
participar. Como? Por agora, lutando contra todas as formas de corrupção que é
a fonte mantenedora desse tipo de horror.
Haribo? Somente quando houver certeza de que não estão
patrocinando desgraças.